sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Macabéas alagoanas

“Como a nordestina, há milhares de moças espalhadas por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões trabalhando até a estafa. Não notam sequer que são facilmente substituíveis e que tanto existiriam como não existiriam. Poucas se queixam e ao que eu saiba nenhuma reclama por não saber a quem. Esse quem será que existe?”
(Clarice Lispector)

As mulheres alagoanas também possuem esses direitos, mas em alguns casos não os conhecem. Em Maceió, trabalhadoras do Mercado da Produção realizam seus trabalhos sob péssimas condições, o local não possui estrutura básica como saneamento, nem o mínimo de higiene para se trabalhar. Mulheres maltratadas pela vida, excluídas do meio social e que tem em seu humilde trabalho a única forma de sustentar sua família.

Podendo então comparar essas mulheres a personagem Macabéa do livro a “A hora da estrela” de Clarice Lispector, que era ignorada pela sociedade, as pessoas não a enxergavam e que sofria sozinha as dificuldades da sua vida.

Assim como a personagem do livro, essas trabalhadoras não reclamam os direitos que possuem nem buscam conquistá-los para si o direito de no mínimo ter condições dignas de vida e de trabalho, porque na maioria das vezes se quer sabem que os tem e, além disso, também não sabem a quem reclamar.

Apesar dos direitos conquistados pelas mulheres a sociedade ainda é predominantemente machista. Hoje as mulheres realizam trabalhos que até poucos anos eram realizados apenas pela mão de obra masculina, entretanto a remuneração dada a elas nessas funções não são as mesmas destinadas aos homens. Eles quase sempre ganham o dobro do que uma mulher que exerce a mesma função de trabalho recebe.

Em Alagoas as mulheres principalmente as mais humildes ainda sofrem bastante a discriminação por parte da sociedade. A desigualdade é ainda mais evidente, principalmente nos bairros periféricos onde as mulheres na maioria dos casos vivem a mercê dos maridos e são tratadas da pior forma possível por seus companheiros.

“As mulheres relegadas a segundo plano, passaram a poder votar, símbolo máximo da cidadania. Até há pouco tempo, justificava-se abertamente o direito do marido de bater na mulher em nome da honra.”
(Gilberto Dimenstein)

Mesmo com todos esses direitos assegurados, como os presentes na Lei Maria da Penha, que as protegem da violência doméstica. O preconceito ainda impera sobre elas. Mas não para por ai as dificuldades enfrentadas pelas Macabéas contemporâneas.

A falta de escolaridade, a ignorância por parte dos pais que tem uma mente machista, a necessidade de começar cedo a trabalhar, são alguns exemplos de dificuldades enfrentadas por mulheres de classe baixa em especial. Essas trabalhadoras do mercado da produção vivem nessas condições precárias por falta de opção, já que a maior parte delas não tem o que fazer, a não ser vender suas frutas, legumes, entre outras coisas nessas feiras livres.

Elas passam a maior parte do seu tempo ali, trabalhando para terem o que comerem e o que alimentar sua família. Elas vivem de jeito relapso, vivem felizes mesmo com a miséria em torno delas, não se tem concorrência e nem ânimo para crescerem na vida, acham aquilo tudo normal. É o retrato inconfundível da Macabéa, pra elas tudo é normal.



O jornalismo na era da publicidade

O sensacionalismo e o capitalismo na arte de escrever e na mídia aberta

Desde seu início, o jornalismo é relacionado ao capitalismo, sempre comandados e sustentados por políticos, as empresas de comunicação são dependentes do capital para se manterem no mercado, onde acabam sendo impedidos da liberdade de imprensa.

Isso resultou no puro sensacionalismo do jornalismo, que proibidos de exercerem seus pensamentos, fazem qualquer apelação para chamar atenção. Aproveita-se de situações trágicas ou constrangedoras para se manterem presentes numa sociedade, alcançando audiência e esperteza em alguns fatos, alienando o público telespectador.

Periódicos não se fazem mais um jornalismo sério, mesmo que lhe seja permitido estratégias para recuperar ou chamar atenção de certo público. Mensagens tristes, reformuladas como piadas, brincadeiras com momentos que podem ser fatais e não apropriados, são realizados inadequadamente.

O capitalismo é grande culpado nos impactos sofridos pela mídia. Desde sua pré-história até os dias atuais. Antes era aplicada a informação verdadeira e ideológica, hoje essa necessidade de passar adiante fatos é mera apresentação marketológica, trabalho minucioso e planejado de forma incerta, que opõem e questionaliza toda uma sociedade.

Quando a arte de sensacionalizar não estiver visível, ela fica em forma artificial. Jamais impressos e canais de TV, trabalham contra o que seus donos os permitem, a imprensa é vigiada e obrigada a seguir uma linha editorial nada favorável em alguns casos. Instituições estaduais que poderia servir ao Estado, na verdade serve ao governo, já que serviria de prestadora de serviços locais.

No entanto o jornalismo mundial com apoio total do capitalismo vem adotando outro rumo, o sensacionalismo em suas produções, sejam elas impressas, televisivas radiofônicas ou internográficas.